Em economia, existem horas em que as coisas saem do razoável. Quando isso acontece é melhor esquecer tudo que a teoria tenha de conhecimento e de quebra também esquecer o que prática vem mostrando.
A Venezuela tem se mostrado um case de primeira qualidade quando falamos de insanidade econômica e política.
Os relatos de falta de produtos, incentivo à pilhagem de propriedades privadas, restrição de direitos fundamentais dentre outros tantos abusos acabam por colocar o país numa espécie de mundo paralelo, como nas histórias do desenho Liga da Justiça, onde o Mundo Bizarro se constituía num universo paralelo em que tudo era exatamente o contrário do mundo normal.
A Venezuela parece ser a representação mais fiel do Mundo Bizarro nos dias de hoje.
Escrevo este post no exato dia em que o Presidente anunciou novas medidas para alavancar a economia venezuelana. Parece que as medidas chegaram um pouco tarde, mas isso não importa, porque a vala onde a Venezuela se encontra, dificilmente terá saída fácil.
Como proceder para arrumar a casa, num ambiente onde não há mais como saber de nada ao certo?
A Venezuela se tornou um ambiente desconhecido para qualquer um e não bastasse isso, ainda temos os choques temperamentais ou débeis do Presidente Nicolas Maduro que acrescentam ainda mais incerteza à equação.
Dentre as medias bizarras Maduro anunciou:
- Aumento de 1.328,5% no preço da gasolina comum
- Aumento de 6.085% no preço para gasolina super
- Sistema de câmbio protegido com banda entre 6,30 a 10 bolívares
- Aumento de 22,22% no salário mínimo
Legal, muito legal!
Em resumo Maduro quer:
- Um sistema de câmbio flutuante que não flutua livremente. Ou melhor um sistema de câmbio flutuante que flutua dentro de uma banda estabelecida por ele.
- Valorizar o bolívar! Afff. Tentativa desesperada para incentivar a recuperação do mercado interno, mas com grandes riscos de ferrar ainda mais com o Balanço de Pagamentos.
- Aumentar os preços internos da Gasolina para tentar salvar um pouco a arrecadação de impostos e incentivar o mercado interno, visto que as vendas internacionais estão sendo feitas com o preço do petróleo em níveis abaixo de US$30.
- Aumentar o salário mínimo para ver se estimula o consumo interno.
Em suma, Maduro quer salvar a Venezuela agora com foco no mercado e consumo interno.
Difícil vai ser algum empresário ter confiança para investir após todo histórico bizarro pelo qual a economia venezuelana passou.
Sorte para ele e orações aos venezuelanos.