Se você deu uma mínima olhada no noticiário dos últimos dias, deve ter tido contato com notícias sobre bombas, Irã, Trump e algo mais.
Afora todos os entraves político-militares presentes na relação dos EUA com o país, uma pesquisa conduzida pelo Instituto IPSOS, sobre como os Norte Americanos têm visto o caso chamou minha atenção.
Vou deixar o gráfico abaixo, publicado pelo site Statista, que resume muito bem a pesquisa. Volto em seguida com algumas reflexões.
Pesquisas em Economia Comportamental já documentaram amplamente a tendência humana à conformidade quando analisadas decisões e comportamentos em determinados grupos. A pesquisa sobre o apoio dos Norte Americanos aos ataques ao Irã, mostra e confirma essa tese.
A larga maioria dos partidários do Governo Trump, ou seja, dos Republicanos, declaram aprovar o ataque (79%). Já para os opositores, os Democratas, acontece exatamente o contrário. A grande maioria dos democratas reprova o ataque.
É interessante avaliar que independente de qualquer outra variável, as pessoas tendem a seguir o comportamento de grupo na grande maioria dos casos. A pesquisa mostra essa tendência.
A informação mais relevante, no entanto, é quando os dados são agrupados. Com os dados agrupados é possível verificar a maioria desaprova o ataque. E esse dado é importante para uma prévia sobre os efeitos dessa decisão do Trump para as eleições que acontecem nos EUA neste ano (2020).
Muitos dizem que o ataque teve maior conotação eleitoreira do que qualquer outra coisa. É verdade, no entanto que o Irã vinha numa escalada de provocações militares aos EUA na região e isso pode ter pesado para decisão dos EUA em atacar.
Pensando sobre como os Norte Americanos valorizam a questão militar, é de se esperar que o ataque ao Irã tenha efeito positivo para a reeleição de Trump. No entanto esse efeito parece ter menos importância do que em outras disputas eleitorais do passado.
Se a eleição será polarizada pela questão militar nos EUA ainda é cedo para dizer. Mas com o recuo do Trump em sua declaração após retaliação do Irã, é mais provável que as eleições sejam mesmo definidas pela situação econômica, que vai muito bem obrigado no país.
Assim ficamos com mais do mesmo, ou como diria James Carville:
“It’s the economy, stupid”
Ou melhor ainda: